Um levantamento realizado pela S&P Global, empresa norte-americana, divulgado pelo MoneyTimes, apontou que as atividades econômicas ligadas ao setor industrial apresentaram piora nas maiores potências econômicas do mundo. O Brasil não ficou de fora.
A pesquisa leva em consideração o PMI (índice de gerentes de compra, em tradução). Marcações abaixo de 50 correspondem a contração da atividade econômica.
No continente europeu, o PMI atingiu 49,8 pontos devido à crise energética causada pela Guerra na Ucrânia. Com o conflito, a Rússia reduziu a oferta de gás natural para a Europa. Na China, o índice caiu de 51,3 para 50,4 pontos. Enquanto o Japão chegou ao seu pior patamar em 10 anos, aos 52,1 pontos.
O índice dos Estados Unidos caiu 0,5 ponto e chegou a 52,2 entre os meses de junho e julho. O recuo ocorre em meio à recessão do país. No Brasil, os dados também apontaram queda, mas de forma mais moderada. O PMI nacional diminuiu 0,1 e está no patamar de 54 pontos.
Perspectivas negativas para a economia global
O último relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou perspectivas negativas para a economia mundial. Caso os riscos se concretizem, a economia pode atingir uma das piores recessões em 50 anos.
O motivo da preocupação está diretamente ligado à Guerra na Ucrânia. A Rússia reduziu drasticamente o fornecimento de gás natural para a Europa, e o Fundo afirma que é possível que esse fornecimento seja totalmente suspenso.
Além disso, os preços dos alimentos seguem em alta com a distribuição de grãos impactada pelo conflito. Nesse sentido, os riscos do índice da fome correm riscos de aumentarem ainda mais pelo mundo.
A organização ainda alerta para o perigo de uma futura estagflação, o que paralisaria o crescimento global e o reduziria a 2%. Esse nível só foi visto em cinco ocasiões desde 1970.
EUA, China e Guerra na Ucrânia
Tais perspectivas ocorrem em meio ao cenário de recessão nos Estados Unidos e desaceleração na China, após as medidas de contenção da Covid-19.
A economia, já fragilizada pela crise sanitária, foi impactada ainda mais pelos efeitos da Guerra na Ucrânia, o que fez com que os bancos centrais aumentassem ainda mais as taxas de juros.
O Banco Central brasileiro elevou a taxa de juros mais uma vez, pela 12ª vez consecutiva. O fim do ciclo de altas, esperado para o mês de junho, foi postergado. A taxa Selic está em 13,75%.